História de cada um: Sindicato publica série de reportagens em homenagem aos vigilantes

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Em Minas Gerais, são mais de 50 mil profissionais de segurança privada, muitos dos quais na linha de frente na luta contra o novo coronavírus (Covid 19). São vigilantes que não podem parar e ficar em casa se resguardando, e trabalham em locais de grande circulação de pessoas, como hospitais, bancos, supermercados.

Mas quem são essas pessoas, que integram esse grande contingente de profissionais? Como vivem, onde trabalham, quais suas aspirações e sonhos? Como têm se virado nesse momento diferente e preocupante?

Para conhecer alguns desses profissionais, provedores/provedoras, filhos/filhas, maridos/esposas, pais/mães, irmãos/irmãs, amigos/amigas, colegas de trabalho, verdadeiros heróis/heroínas, a partir desta terça-feira (19), o Sindicato dos Vigilantes de Minas Gerais passa a publicar a "História de cada um", série de reportagens feitas com vigilantes de diversas regiões do estado.

"Com essa série, prestamos uma homenagem aos vigilantes, homens e mulheres, grandes guerreiros e guerreiras!", diz o diretor de Imprensa do Sindicato, Afonso Nonato.

A primeira matéria é com o vigilante Reinilson Barbosa Reis (foto), 46 anos, divorciado, morador de Vespasiano, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). Confira:

Seu sonho era ser jogador de futebol, e ele chegou lá: jogou no Venda Nova, América, Cruzeiro e Atlético. O apelido que ganhou nos campos, "Rei", indicava que ele jogava bem, mas isso não era suficiente. Para continuar nas escolinhas de futebol, a família tinha que driblar a falta de recursos para pagar a condução.

Aos 14 anos, quando o "Galo" o transferiu para times de São Paulo, juntamente com alguns colegas, não deu pra ele. A contragosto, teve que encerrar a carreira. Tempos depois, recebeu a trágica notícia: um dos amigos havia se afogado numa lagoa no estado vizinho.

"Tudo na vida tem um propósito de Deus. Não era para eu ter ido. Poderia ter acontecido comigo", lamentou, mas não se deixou abater.

Já moço, Reinilson virou torneiro mecânico. Dez anos depois, com as oportunidades de trabalho na área cada vez mais escassas, decidiu ingressar na vigilância. Estudou, se formou e lá se vão 14 anos de profissão. "Comecei na antiga CJF e também passei pela G4S Vanguarda", recorda.

Há quase dois anos, está na Esquadra Transporte de Valores & Segurança e presta serviços em um banco na capital. "Me dou bem com toda a equipe - colegas vigilantes, supervisores, gerentes. Isso ajuda demais, pois trabalhamos com mais satisfação".

A vida mudou

A rotina na execução do trabalho, entretanto, mudou com a pandemia. "Tivemos que passar a usar máscara de proteção, álcool em gel e organizar o fluxo de quem entra na agência, para evitar que o coronavírus se espalhe. Isso mexeu com a gente e exigiu maior atenção, pois estamos em uma guerra onde não conhecemos o inimigo, nem sabemos se alguém pode estar contaminado", conta.

Fora do trabalho, também teve que se adaptar. "Passei a tomar mais cuidado ao chegar em casa e a só ter contato com minha mãe, que é idosa e faz parte do grupo de risco, após tomar banho e trocar de roupa".

O antigo ponta direita dos grandes de Minas, também teve que suspender, por enquanto, a distração preferida nos sábados de folga, a "pelada" no Clube dos Vigilantes, em Contagem.

"É muito bom ir ao Clube, encontrar os amigos. O ambiente é tranquilo, a turma é boa, como se fosse uma família. Pena que agora não estamos podendo mais sair de casa. Perdemos a liberdade, a vida mudou pra todo mundo".

Apesar de tudo, Reinilson acredita que logo essa situação vai passar. "Ouvimos de tudo, mas devemos absorver apenas o que é bom e pensar que alguém em casa nos espera voltar. Isso renova a esperança".

Otimista quanto ao futuro, fala com orgulho do filho único, de 21 anos: "É um menino muito bom. Está na faculdade, faz arquitetura".

Consciência e participação

Associado do Sindicato desde que ingressou na vigilância, Reinilson lembra de conquistas importantes obtidas ao longo dos anos. "Não recebíamos nem  cesta básica, que foi conquistada graças ao empenho do Sindicato. Se não fosse a luta do Sindicato, com o apoio da categoria, não teríamos nada".

Ele também se recorda das lutas pela hora para intervalistas, tíquete refeição, banquinho e pelo adicional de periculosidade de 30%. "São muitas conquistas. Quem está há mais tempo da profissão sabe como foi difícil garantir esses e outros direitos. Pena que muitos dos que chegaram agora não tenham consciência disso e, por desconhecerem toda essa trajetória de luta, não valorizam e nem apoiam as lutas da categoria", lamenta.

Sempre que pode, Reinilson participa das reuniões e assembleias. "Sei da luta do Sindicato para defender nos direitos. Acho importante participar, acompanhar as coisas mais de perto. Isso ajuda a manter nossos olhos abertos e enxergar a verdade, a não sermos enganados".

Para ele, os vigilantes são unidos. "O que falta é foco e união ao Sindicato para conquistarmos cada vez mais melhorias para a categoria".

Fonte: Imprensa do Sindicato. 

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