Vigilante se destaca na terra de Drummond pelo espírito de luta e participação

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O Sindicato dos Vigilantes de Minas Gerais publica, nesta sexta-feira (22), a segunda entrevista da série "História de cada um". O objetivo das reportagens é prestar uma homenagem aos profissionais de segurança privada, muitos dos quais se encontram na linha de frente na luta contra o novo coronavírus (Covid 19).

Em Minas, são mais de 50 mil vigilantes. Muitos trabalham em locais de grande circulação de pessoas. São provedores/provedoras, filhos/filhas, maridos/esposas, pais/mães, irmãos/irmãs, amigos/amigas, colegas de trabalho, verdadeiros guerreiros/guerreiras, heróis/heroínas.

Mas quem são essas pessoas? Onde trabalham, quais suas aspirações e sonhos? Como têm vivido, especialmente nesses tempos de pandemia?

Em Itabira, localizada a 110 km a leste da capital, com cerca de 120 mil habitantes, descobrimos o vigilante Washington Orlando Martins, 42 anos,

casado, pai de um rapaz de 19 anos e uma moça de 15.

Natural de Belo Horizonte, ele aportou na terra do minério de ferro e do contista, cronista e poeta modernista Carlos Drummond de Andrade há 17 anos, para trabalhar e viver. "Minha esposa é daqui. Como não se adaptou à cidade grande, decidimos vir morar em Itabira", conta.

Seu filho faz faculdade de informática, "área pela qual é apaixonado". A filha, que está no Ensino Médio, pretende seguir carreira na segurança pública. "Fala em ser delegada, está entusiasmada com a volta às aulas, que agora estão sendo online", diz.

Time do bem

Ao falar dos filhos, ele recorda de quando, ainda adolescente, começou a trabalhar como office boy, na Associação Profissionalizante do Menor (Assprom), em BH. No convívio com um vigilante de um dos bancos que costumava ir a trabalho, surgiu a admiração e a vontade de se tornar um profissional de segurança privada.

"Era um vigilante da CJF. Uma pessoa bacana, que me tratava bem, mesmo quando eu chegava atrasado, com as portas do banco sendo fechadas. Sonhava um dia ser como ele, portar uma arma. Sempre fui contra injustiças e quis jogar no time do bem", relembra.

Antes de ingressar na profissão escolhida - este ano Washington completa 15 anos como vigilante, ele também trabalhou em um laboratório de fotografia e foi porteiro. Como vigilante, prestou serviços na Pires, Plantão, Rodoban, Transbank e Prosegur. Atualmente, está na SegurPro.

Dedicação e luta

Não basta ser vigilante, tem que participar. Com esse espírito de luta, Washington se envolveu em questões ligadas aos anseios e demandas da categoria. Ao acompanhar as atividades sindicais, se aproximou e filiou-se ao Sindicato.

Para contribuir com as lutas por melhores condições de trabalho, há sete anos, ingressou na Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa) da empresa em que trabalha.

"Não é fácil ser cipista. Por exigir muita dedicação e responsabilidade, muitos acabam desistindo de participar das reuniões. Mas é um trabalho importante, pois temos a oportunidade de lutar pela saúde e segurança dos companheiros e de melhorar as condições de trabalho para todos".

Segundo ele, a parceria do Sindicato tem sido fundamental. "Tenho uma boa relação com a diretoria e funcionários do Sindicato, especialmente do Departamento Jurídico. São pessoas magníficas, que acrescentam na profissão".

Como exemplo dessa parceria vitoriosa em prol dos trabalhadores, ele cita a luta empreendida pela Cipa pelo direito de os vigilantes da empresa usarem óculos escuros durante a jornada.

"Como  muitos vigilantes da empresa em Itabira são condutores de veículos de grande porte, precisavam usar óculos escuros para proteger as vistas do sol, o que não estava sendo permitido. Com muita luta e a consultoria do Sindicato, conseguimos garantir esse direito e estamos sempre lutando por melhorias para os trabalhadores".

Negociação salarial

Além de defender os direitos dos vigilantes na Cipa, Washington destaca que teve a oportunidade de viver outra grande experiência, juntamente com a diretoria do Sindicato: participar da negociação da Campanha Salarial.

"Pude testemunhar o quanto as negociações com os patrões são difíceis e o quanto os sindicatos são importantes na defesa dos interesses dos trabalhadores. Mesmo com a intermediação do Ministério do Trabalho, na época, a negociação foi muito tensa e qualquer divergência poderia jogar tudo água abaixo", disse.

"Por isso, temos que participar e defender o Sindicato. É uma entidade que está de portas abertas, que presta contas. Não dá pra sair por aí falando mal, sem conhecer, sem participar. Defendo o Sindicato porque conheço".

Para Washington, críticas infundadas não ajudam em nada, pelo contrário, "acabam é destruindo aquilo que conquistamos". "O Sindicato defende nas

reuniões de negociação aquilo que aprovamos nas assembleias. Por isso, temos que participar e apoiar o Sindicato, para que possamos cobrar".

Ele também entende que os vigilantes devem se unir para eleger representantes nos governos, seja nas esferas municipais, estaduais ou federais, no Executivo ou  nas Casas Legislativas.

"O contingente da nossa categoria é muito grande. Com consciência e a união de todos, podemos avançar e ter representantes também na política para ajudar os sindicatos, as federações e as centrais a defenderem nossos interesses".

Mais trabalho e responsabilidade

Sobre o trabalho em meio à pandemia, Washington constata que houve aumento tanto no volume de tarefas quanto na responsabilidade, que já era imensa.

"Além do trabalho de vigilância em si, passamos a ter que fazer um controle ainda maior de quem entra na agência, medir a temperatura de funcionários, fazer checklist na saída. Infelizmente, vários casos de contágio pelo novo coronavírus já foram registrados em Itabira, inclusive de colegas vigilantes.  Como minha esposa e meu sogro são do grupo de risco, a cabeça da gente fica a mil. Por isso, temos que cuidar da nossa saúde e da nossa família. Com fé em Deus, tudo isso vai passar".

Fotografia

Para diminuir a pressão da realidade, nas horas vagas, Washington se distrai com a poesia das fotografias de paisagens e da natureza. "Hoje, fotografo com celular, mas meu sonho é ter um equipamento bacana para fotografar, pois tenho paixão pela fotografia".

Fonte: Imprensa do Sindicato.

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